Líderes não devem tentar se encaixar em um perfil fechado, mas desenvolver habilidades que os distinguem da maioria .
Comumente em processo de coaching a liderança do coachee é um dos pilares e por isso deve ser analisada com cuidado, sem “comprar conceitos” que muitas vezes não condizem com a realidade.
O que é necessário para ser um líder? Existe um perfil ideal para cargos de gestão? As reportagens na mídia dizem que sim. Descrevem um tipo exato para seguir, como uma fórmula. “Faça isso, seja assim, siga os exemplos dessa pessoa e você será um bom líder”. No entanto, eu não acredito que exista um perfil único e ideal. Para mim, seguir padrões criados pelos outros só faz com que mais pessoas sejam iguais umas às outras, como se a liderança fosse uma moda para seguir.
Eu acredito em líderes positivos. São aqueles que usam suas habilidades para desenvolver todo o entorno que os cerca, independentemente de seu perfil e jeito de ser. Um líder positivo cresce e permite que os outros cresçam também. Há algumas habilidades que considero serem fundamentais.
A primeira delas é a flexibilidade do líder. O poder que ele tem para se adaptar a cada situação e a cada pessoa com a qual ele precisa lidar. Por exemplo, há momentos em que ele deve ser um líder coach, que acompanha seus funcionários e oferece ajuda quando surgem dúvidas ou dificuldades no trabalho. Há momentos em que deve ser autoritário e momentos de ser mais democrático. Situações que exigem punição e outras que pedem premiação. Depende da necessidade de cada momento e do perfil da equipe. Se a empresa precisa fazer cortes, por exemplo, o líder não vai até os 300 funcionários para perguntar individualmente e democraticamente o que eles pensam que deve ser feito. Ele vai ter que tomar decisões sozinho, ainda que desagradem, e deve ter a inteligência de usar alternativas necessárias para cada situação que enfrentar.
Uma vez que o líder não tem um perfil exato, ele pode se ajustar às pessoas que lidera, entendendo quais incentivos movem cada uma delas. Cada pessoa trabalha melhor sob um diferente tipo de tratamento.
Por conta disso, um líder não pode só cobrar metas e mais metas. Deve entender o que seus subordinados esperam e tentar ajudá-los a alcançar isso. Muitos não estão no emprego apenas pelo dinheiro. Querem fazer uma faculdade, aprender mais com seus chefes, ter um filho. As pessoas têm sonhos. Se o líder percebe esses desejos e tenta ajudar cada um da sua equipe a realizá-los, tende a ser muito mais aceito e ter mais colaboração do que o líder que não dá atenção para seu time.
A percepção do ambiente também é fundamental para o líder. Seus sentidos devem estar muito aguçados para ver, ouvir, conversar com sua equipe, sentir e perceber como estão todos e o lugar de trabalho. Essas percepções contribuem para tomar decisões.
Outra característica essencial é o respeito. Tratar bem desde quem serve o café até quem senta na mesa de presidente. Assim, é possível criar um ambiente onde as pessoas não se incomodam em ser lideradas, pois há um respeito mútuo.
Uma dúvida comum é se idade importa para o líder. Nesse aspecto, concordo com as palavras da professora da Universidade da Califórnia (UCLA), Barbara Lawrence. Ela afirma que “o papel desempenhado pela idade depende mais das crenças das pessoas sobre a idade do que da idade em si.” Acredito que a idade não importa. O que faz diferença é a experiência ou a inexperiência de cada profissional. Um jovem pode ser experiente para um perfil específico de liderança dependendo de sua trajetória profissional.
Como defendi inicialmente, não acredito que exista um tipo de líder bom para seguir, mas existem práticas que essa função demanda. Respeito, compreensão, percepção de tudo e todos e flexibilidade são exemplos de habilidades que um líder deve desenvolver.
No final, quem decide se um líder é bom ou não são aqueles inspirados por ele. A pergunta que eles devem se fazer é: “Eu cresci sendo liderado por essa pessoa?”. Os profissionais devem sentir que estão sendo apoiados e ter vontade de seguir aquele líder. Sem isso, o verão apenas como mais um chefe.
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